12.21.2008

A ESPINHA DO DIABO

A espinha do diabo é, basicamente, a medula óssea de crianças indesejáveis, que morrem após o parto. Elas são conservadas em frascos de vidro, mergulhadas num rum envelhecido. Você teria coragem de provar desse rum? Mesmo sabendo que ele lhe trará benefícios, tais como até a imortalidade? É basicamente assim que eu descreveria o novo filme do diretor Guilhermo Del Toro. É um filme perturbador, de certa forma, indesejável e que poucos serão capazes de provarem sua essência mesmo sabendo que trata-se de uma experiência única.De outra forma, A Espinha do Diabo é uma aula de como reger um filme de terror nos dias de hoje, sem ser piegas ou repetitivo. E não é um filme que está na onda de O Sexto Sentido ou de Revelação. Trata-se de uma produção á parte, que não se mistura com qualquer outro filme. E mais: A Espinha do Diabo é diferente de tudo o que já se havia visto antes, em matéria de terror. Mas o que mais chamou a atenção foi a falta de sensibilidade de Guilhermo. Faz muito tempo que não há tanta crueldade depositada num único filme e num único diretor. Não é um passatempo que você possa curtir a qualquer hora. Ou você está preparado para encarar a coisa ou não está e vai acabar se arrependendo.Para falar a verdade, A Espinha do Diabo não é um filme para qualquer um: o filme não nos ensina nada com nada e tampouco reserva surpresas que mudam o curso da trama. E história é uma só até o fim, e não há nenhuma grande reviravolta. Garoto que perdeu o pai na guerra, é deixado pelo seu tutor numa espécie de orfanato. Lá, ele se torna amigo de um garoto problemático e que sofre com a história de que o fantasma de um menino morto no lugar tenha chegado com a queda de uma bomba que não chegou á explodir. Está exatamente nesse ponto a "poesia" de A Espinha do Diabo. A bomba encravada na terra e inativa. Só a fato daquela bomba enorme estar alí, quieta, provavelmente inofensiva já traz um certo incômodo e desconforto. Já é um fator tenso do filme.E, como O Dom da Premonição, o filme não se baseia em sustos fáceis. É bem simples, para resumir. Há sim os momentos de suspense que fazem você arrancar seus cabelos, mas o objetivo não é desperdiçar minutos da produção só para fazer o público dá uns pulinhos da poltrona e sim contar uma "fábula" de uma forma que ninguém nunca viu.E pode acreditar: mesmo se o filme não agradar, a certeza de que você acabou de ver uma experiência diferente é certa. Mas gostando ou não gostando, é difícil não sentir um sentimento amargo e vazio e talvez isso lhe tire o sorriso do rosto pelo resto do dia, já que mesmo o final feliz não agrada o bastante para recompensar a agonia exibida pelo restante do filme.

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