12.21.2008

CONTOS PROIBIDOS DO MARQUÊS DE SADE

Nascido em 1740 e morto em dezembro de 1814, Donatien Alphonse François estudou em um internato jesuíta e teve uma gloriosa carreira no exército francês. Mas foram seus escritos transgressores de conteúdos sexuais quase profanos que chocaram a sociedade. (Quills, EUA-Alemanha-GB, 2000), dirigido por Philip Kaufman.O marquês do filme, interpretado por Geoffrey Rush, é um artista enfurecido que se recusa a ficar calado. Internado num hospício aos cuidados do jovem religioso Coulmier (Joaquin Phoenix, em atuação impecável), empregado do doutor Royer-Collard (Michael Caine), o marquês vive feliz com a rotina da sua escrita e com sua libido sempre em alerta por causa da presença da jovem Madeleine (Kate Winslet), que contrabandeia os escritos para fora do asilo.O resultado é uma bela encenação cinematográfica da máxima "a pena é mais poderosa do que a espada". A literatura do Marquês de Sade choca, incomoda e, principalmente, fascina. O filme se passa na França pós-revolucionária de 1794, e a primeira seqüência é inesperada - principalmente se você espera um filme cheio de safadezas - e ao mesmo tempo em que é trágica, consegue ser sublime. O tom insano e esbugalhado de um artista louco e tarado dado ao marquês é uma das boas surpresas.Necessário fazer destaque para Kate Winslet, que dificilmente sairá da memória do espectador numa seqüência de necrofilia, contracenando com Phoenix. De mais a mais, atenção também aos trejeitos do piromaníaco.Para a decepção de muitos, Os Contos Proibidos do Marquês de Sade não é um filme com cenas carregadas de sexo e orgias - como era de se esperar de um filme sobre o marquês. É uma obra que narra a história de um artista que escreveu sobre relações carnais levadas às últimas conseqüências. É também um filme forte, violento, que fala sobre uma das formas mais abjetas de violência. A necessidade que alguns têm de calar pessoas que se expressam bem demais.

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